sábado, 11 de agosto de 2012

Milagre da Urgueira e Romaria à Srª. da Guia 2012


Dia 19 de Agosto, a Associação Etnográfica Os Serranos volta a organizar a romaria tradicional a Nª. Srª. Da Guia em Macieira de Alcôba, Águeda.  Durante este festival, o folclore serrano é evocado, mas sobretudo vivido no seu ambiente. É como se todos entrássemos numa máquina do tempo, programada para o regresso ao final do século XIX.
Em 2012, o evento tem reforço de parcerias e ganha uma nova valência: a da gastronomia tradicional, com o apoio da Confraria Enogastronómica Sabores do Botaréu e a presença de representantes de diversas confrarias a nível nacional, para partilhar as iguarias do farnel romeiro. 


Emblemático forno do milagre da Urgueira


Na sexta-feira, dia 17, o almoço é o habitual cozido serrano, debaixo da sombra e ao som da brisa que roça nas agulhas dos pinheiros e nas folhagens dos sobreiros e dos carvalhos. No sábado à noite, o forno que já está a aquecer há dois dias, é posto à prova com caçoilas de carne de ovelha carqueijeira, para a célebre lapantana da serrania caramulana, para que o serão seja paladoso e divertido, depois de ter acompanhado a viagem da Nª. Srª. Da Guia, desde a capela de S.Martinho até à sua ermida.

O domingo, 19 de Agosto, amanhece para ser grande. Esperam-se milhares de romeiros com os seus farnéis e sete grupos de folclore de diversas regiões do país, desde o Alentejo até ao Douro Litoral, para encher de vibrações as três eiras onde o povo se apinha, para ser também parte daquela festa, por direito e por desejo.

A missa, ao meio-dia, concentra o pico de celebração e estende-se como a procissão que leva a Senhora da Guia ao longo do parque e em torno do forno, dando a bênção aos romeiros, aos seus farnéis e bendizendo a alegria comunitária do povo serrano, elevado à categoria de dom e que deve ser preservado e tomado como se fosse o oitavo sacramento, tal é o seu valor espiritual. E na volta ao forno, faz-se a ligação dos rituais que usam o pão como alimento e como símbolo sagrado das suas tradições. Depois desta sagração, chegará a altura de entrar o homem no forno, para meter a broa grande e consumar o ato corajoso, apenas vencido com grande respeito pelas forças da natureza e também respeito pelo significado místico do pão que alimenta o corpo e a alma.

Depois de abrir e partilhar os farnéis, a tarde será de animação sem fadiga, nomeadamente para os sete grupos de folclore que hão-de pisar cada uma das três eiras e misturar-se com o povo, que também se misturará nas modas de roda e nos viras.

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